6.9.06

Ouvindo música e escrevendo

Quando estou triste por não poder estar em algum canto que eu queira, com pessoas que eu gosto, eu tenho o costume de colocar muitas músicas em meus fones de ouvido. De preferência, músicas que a maioria deles [os meus amigos] não curtam. Louca, eu? Acho que não. È como se servisse para me tirar do mundo, aquele mundo do qual eu não estou participando, para entrar em um só meu, que só eu pertenço, que só eu posso viver, uma coisa particular.
Neste momento mesmo estou ouvindo Nightwish. Tá, muita gente gosta de Nightwish, mas isso é hoje em dia. Estou escutando os álbuns da época antiga [não que eu seja daquelas chatas que acham que o trabalho novo é ruim – eu gosto do novo também], aquela em que pouca gente conhecia, em que eles não eram chamados de gótico, e em que não era qualquer piveta de 13, 14 anos, que tem tudo na vida, mas acha a vida horrível e ama a morte e por isso se mete a dizer a todo mundo que é gótica e anda no posto 7 bebendo vinho achando que ta arrasando [vai ser emo, porra!] que gostava.
E aí eu tenho um mundo só meuzinho. Ouvir Nigthwish também me faz lembrar da época que eu tinha 13 anos. A idade que comecei a sair com meu irmão e beber vinho na praia, perto do farol ali da Ponta Verde. A idade com que eu entrei pela primeira vez numa loja de metal e vi o Celo escolher um cd pra comprar, optando junto com a Tallita [doida!] pra ele levar o do Nigthwish, porque tinha um cara bonitinho na banda [affs, fala sério]. E ele levou o Nightwish [não pelo cara bonitinho, óbvio rs]. É, eu já fui uma piveta de 13 anos, não posers como as de hoje, mas já fui. Era tímida [e ainda sou, embora muita gente não ache], estava construindo ainda minha personalidade em muitos sentidos, acabei me tornando a sombra do meu irmão [nas coisas boas que ele tem] e não me arrependo.
É, ouvir Tarja Turunen soltando sua voz, Tuommas nos teclados [o tal bonitinho do encarte] e todo o resto da banda traz muitas recordações. E a Tarja hoje em dia nem na banda está mais. E eu também nem sou mais aquela piveta de 13 anos, muita coisa, muita coisa mesmo se passou de lá pra cá: 7 anos!
Eu estudei, fui muito certinha, fui agregando metal a minha vida, escutando outras coisas também, tive minhas revoltas [comportadas, se comparadas com de outras pessoas], percebi que gosto de ouvir sons diferentes, que gosto de gostar do que muitas pessoas não gostam [nossa, quanto gostar em uma frase só], que amigos vêm e vão, que a vida pode mudar completamente depois da universidade [mas a minha começou a mudar um pouco antes disso], que família nem sempre é o seu maior ponto de apoio e muitas outras coisas que a vida vai fazendo-nos enxergar.
E hoje em dia? Ah... Sou uma pessoa segura sobre algumas coisas, insegura sobre outras, que em alguns momentos se surpreende consigo [como agora, nesta conversa comigo via Word], que tem amigos fantásticos sem os quais não sabe como viveria, que tem sonhos e coisas a pôr em prática, que já não é mais tão certinha, que experimentou coisas novas, que viveu em três anos muito mais do que viveu em 17. Uau...
E agora? Continuo aqui escutando Nightwish e pensando onde queria estar...

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Aspirante a jornalista e fotógrafa... faz uns versinhos por aí.